Quantas ações ter em carteira

Quantas Ações Ter em Carteira? Como a Diversificação Reduz o Risco no Mercado de Ações

Investir em ações é uma das estratégias mais populares para construção de riqueza, mas, ao mesmo tempo, envolve riscos consideráveis. Uma das questões mais comuns entre investidores é quantas ações eles devem ter em sua carteira para equilibrar o risco e garantir um bom retorno. A diversificação, o ato de distribuir investimentos entre diferentes ativos, é fundamental nesse processo. Este artigo da Auctus Finis explora como a quantidade de ações em sua carteira pode impactar o risco de seus investimentos e como mitigar esse risco por meio de uma boa estratégia de diversificação.

O Que é Diversificação e Por Que Ela é Essencial?

Diversificação significa não colocar todos os ovos na mesma cesta. Quando se trata de investimentos, isso implica em distribuir seu dinheiro entre diferentes ativos financeiros, como ações, títulos, fundos imobiliários e outros, para reduzir o risco geral da carteira. No contexto do mercado de ações, diversificação significa possuir ações de diferentes empresas, setores e até regiões geográficas. A ideia é que, se uma ação ou setor tiver um desempenho negativo, as outras ações ou setores da carteira podem compensar essa perda, garantindo uma maior estabilidade.

Diversificar sua carteira de ações pode reduzir significativamente o risco de uma grande perda, mas não elimina totalmente o risco. O objetivo é minimizar a volatilidade da carteira e proteger seu portfólio contra grandes perdas causadas por problemas específicos de uma empresa ou setor.

A Quantidade Ideal de Ações em Sua Carteira

A quantidade de ações que você deve manter na sua carteira depende de vários fatores, como o seu perfil de risco, objetivos financeiros e horizonte de investimento. No entanto, pesquisas e análises feitas por especialistas sugerem que, para uma boa diversificação, o número de ações em sua carteira deve ser suficiente para reduzir o risco específico (ou risco não sistemático) sem aumentar o custo e a complexidade da gestão do portfólio.

1. A Diversificação Inicial (10 a 15 Ações)

Estudos sugerem que, para investidores iniciantes, uma carteira composta por 10 a 15 ações já é um bom ponto de partida. Nesse número, você começa a reduzir consideravelmente o risco de perder dinheiro com uma única ação. Quando você tem apenas uma ou duas ações, o risco de sofrer perdas significativas devido a problemas específicos de uma dessas empresas é muito alto.

Por exemplo, se você tiver ações de uma única empresa e ela passar por uma crise ou sofrer um escândalo, sua carteira pode sofrer um grande impacto. Mas se você distribuir seus investimentos em 10 ou 15 ações de diferentes empresas, a probabilidade de todas as ações sofrerem o mesmo destino diminui, o que reduz o risco geral da carteira.

2. Risco Adicional e Benefícios da Diversificação (20 a 30 Ações)

Adicionar mais ações à sua carteira pode continuar a reduzir o risco, mas o impacto da diversificação começa a diminuir à medida que o número de ações aumenta. Uma carteira composta por 20 a 30 ações é bastante robusta. Ao atingir esse número, a redução do risco se torna menos expressiva. O risco específico, ou risco não sistemático, começa a ser mitigado de forma mais eficaz, mas o retorno potencial da carteira começa a se alinhar mais de perto com o desempenho do mercado como um todo.

Embora a diversificação adicional ainda ajude a reduzir a volatilidade, ela não traz grandes vantagens em termos de mitigação de risco. Com 20 ou 30 ações, a carteira já está suficientemente protegida contra eventos inesperados.

3. Rendimentos Decrescentes Acima de 30 Ações

Ao adicionar mais de 30 ações, a redução de risco torna-se marginal. Esse ponto é considerado a “zona de rendimentos decrescentes”. Embora mais ações possam continuar a reduzir a volatilidade da carteira, o efeito é pequeno e não justifica os custos de gerenciamento adicionais e a complexidade de monitorar tantos ativos.

Além disso, o aumento do número de ações não elimina o risco de mercado (sistemático), que afeta todas as empresas simultaneamente. Fatores como recessões econômicas, crises globais ou mudanças políticas podem impactar negativamente o mercado como um todo, independentemente do número de ações na sua carteira.

Como a Quantidade de Ações Reduz o Risco?

A diversificação é eficaz porque diminui o risco específico de uma ação. O risco específico é o risco associado ao desempenho de uma empresa ou setor específico. Esse risco pode ser causado por vários fatores, como mudanças na gestão, falhas de produto, escândalos corporativos ou quedas nos lucros. Ao adicionar mais ações de diferentes setores à sua carteira, você distribui esse risco, fazendo com que a queda de uma ação não afete tanto o seu portfólio.

O risco sistemático, por outro lado, é o risco associado ao mercado como um todo. Crises econômicas ou políticas podem afetar todas as ações, independentemente de sua diversificação. Esse tipo de risco não pode ser mitigado com a diversificação, mas somente através de estratégias de hedge ou a escolha de ativos que não sejam tão correlacionados com o mercado de ações, como títulos ou imóveis.

O Impacto de Ter Muitas Ações na Carteira

Embora adicionar ações à sua carteira reduza o risco específico, é importante lembrar que a diversificação excessiva pode resultar em uma carteira que simplesmente acompanha o desempenho do mercado. Em outras palavras, a partir de um certo ponto, você pode não estar mais otimizando sua carteira para obter retornos superiores, mas sim aceitando os mesmos retornos do mercado como um todo.

Portanto, a chave para uma boa estratégia de diversificação é encontrar um equilíbrio. Você quer ter ações suficientes para reduzir o risco, mas sem exagerar ao ponto de que os retornos da sua carteira sejam diluídos.

Conclusão: Quantas Ações Devo Ter na Minha Carteira?

Para a maioria dos investidores, uma carteira com 10 a 20 ações de diferentes setores é suficiente para mitigar significativamente o risco específico de cada ativo, sem adicionar complexidade excessiva ao portfólio. Esse número oferece uma boa combinação entre redução de risco e potencial de retorno.

Lembre-se de que, enquanto a diversificação reduz o risco específico, ela não elimina o risco de mercado. Investir em ações envolve riscos, mas com uma estratégia bem pensada de diversificação, você pode equilibrar esses riscos e criar um portfólio mais estável e com melhores chances de sucesso a longo prazo.

Referências Clássicas Sobre Diversificação e Risco em Carteiras

Quer entender melhor por que diversificar sua carteira é tão importante? Veja o que dizem os grandes nomes das finanças:

Autor Obra Contribuição
Harry Markowitz Portfolio Selection (1952) Criou a Teoria Moderna do Portfólio. Mostrou que a diversificação reduz o risco não sistemático.
Benjamin Graham The Intelligent Investor Recomendava diversificação para proteger contra erros e volatilidade de mercado.
William Sharpe CAPM – Capital Asset Pricing Model Demonstrou que o risco sistemático é o único risco relevante em carteiras diversificadas.
Burton G. Malkiel A Random Walk Down Wall Street Defende a diversificação como principal ferramenta do investidor comum para bater o risco do mercado.
John C. Bogle The Little Book of Common Sense Investing Popularizou o investimento passivo e a diversificação via fundos de índice de baixo custo.

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